Sinopse
O debate sobre refugiados na Europa e a permanência de meninos em situação de rua no Brasil são temas em destaque no cenário político social. Por isso Beatriz Brandão faz grande contribuição para a discussão ao expor os resultados de um estudo comparativo entre as trajetórias de jovens "refugiados" na Itália e meninos de rua no Brasil. A pesquisa se deu basicamente em instituições de acolhimento em Roma e no Rio de Janeiro, onde estavam internados os personagens que dão vida a este texto. Por meio da observação participante, a autora desenvolveu uma pesquisa descritiva das singularidades dos dois cenários, tendo acesso às narrativas que possibilitaram analisar as vias de conflito e proximidade dos sujeitos com a instituição. Dois grupos de jovens diferentes com processos de vida distintos, mas que compartilham o fato de possuírem uma carreira de rupturas; a formação de vínculos frágeis no processo de construção de suas identidades; as vidas tuteladas por uma instituição e por esta se constituir no único meio de associação com o mundo externo formal, seja por via do trabalho ou da adoção de uma família. Como se formam os vínculos institucionais e de que modo os jovens abrigados interpretam e questionam a função social do acolhimento em suas vidas? Como isso reflete na relação cotidiana com a instituição? São essas as questões centrais respondidas nesta obra.