Sinopse
Valendo-se da noção de que o cinema permite tratar as questões mais complexas do presente, João Lanari Bo conjuga neste livro os enredos de uma grande variedade de filmes russos e os contextos dessas produções, revelando a íntima e dominante relação entre cinema e política, forças de poder e controle ideológico, personalismo e propaganda. Tão vasto quanto seu território continental, o cinema russo é apresentado aqui em um panorama que incluí dos precursores ao contemporâneo Andrei Tarkóvski, revelando uma série de cineastas até hoje ocultos pela onipresença da vanguarda de Eisenstein e Vertov, e redimensionando essa impressionante produção realizada entre o fim século XIX e meados do século XX. Resultado de uma década de pesquisas, Cinema para russos, cinema para soviéticos apresenta uma perspectiva detalhista das contingências do fazer cinematográfico nos tempos mais conturbados e prolíficos da produção russa, em edição ilustrada com fotos inéditas que convidam à descoberta dessa fascinante cinematografia.
A edição é ilustrada por um conjunto de 60 imagens inéditas cedidas pela Mosfilm, a maior empresa produtora de cinema da Rússia, e ainda traz o cartaz original do filme Um Homem com uma Câmera(1929), de Dziga Vertov.
"Cinema para russos, cinema parasoviéticos. Uma oscilação que atravessou todo o século XX e que perdura ainda, de certa forma, na cinematografia daquele país-continente. Gelo e degelo na esfera política, tal como a metáfora dos historiadores para descrever os apertos e relaxamentos do regime.Momentos em que o homem soviético era reassegurado, louvado, enaltecido; momentos em que o homem russo se impunha, portador de uma espécie de retorno do real que invadia o espaço e o tempo do cinema." — João Lanari Bo