Sinopse
Lançado em 2003, Manual prático do ódio é um registro feito de dentro de uma periferia urbana muito diferente da de hoje. Vinte anos depois, esta nova edição é um convite para analisar esse passado recente, para entender o que mudou e, sobretudo, o que permanece igual.
Desde a primeira página, Manual prático do ódio constrói um mosaico de cenários e estados de espírito que remetem a um espaço-tempo bem definido: a periferia de São Paulo do início dos anos 2000. Entre os flashes de cenas e personagens, descobrimos que os protagonistas são Régis, Lúcio Fé, Neguinho da Mancha na Mão, Aninha, Celso Capeta e Mágico, um grupo de amigos que, após anos tentando melhorar de vida por meios lícitos e ilícitos, planejam aquele que deverá ser o golpe definitivo para deixarem a pobreza: o assalto a um banco.
O assalto em si, no entanto, aparece quase em segundo plano. Como escreve Heloisa Teixeira no posfácio desta edição, "a real trama é a aprendizagem do ódio, do medo e do amor". Se em Capão Pecado, livro que tornou Ferréz conhecido e marcou um novo momento da produção literária nas periferias, a violência já aparecia como uma constante, aqui o autor vai ainda mais fundo, mergulhando nos pensamentos desse grupo de amigos em situação-limite, que arriscam a vida na tentativa de melhorá-la.
"Manual prático do ódio não revela o que é a pobreza unida às armas e às drogas, mas o pensamento de quem nasceu dentro desse universo. E São Paulo vai apodrecendo em cada página, em cada palavra deste romance." — Paulo Lins, autor de Cidade de Deus
"Literalmente um romance de ação. Não se detém para descrever ambientes ou personagens. E, no entanto, as cenas se erguem, cinematograficamente, com todos seus detalhes." — Arnaldo Antunes