Inconsciente E Escrita

  • Autor: Daniela Scheinkman Chaterlad
  • Editora: Editora Appris
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Sinopse

Seria o inconsciente uma escrita? Qual seria a relação entre inconsciente e escrita? Segundo a concepção freudiana presente na Interpretação dos sonhos, em suas manifestações, o inconsciente é um texto a ser decifrado e lido de forma literal conforme as regras da linguagem. O vínculo com a escrita já aparecia em seu trabalho inicial, Projeto de psicologia para neurólogos, no qual propõe o primeiro modelo de aparelho psíquico como um sistema de inscrições e retranscrições de traços mnêmicos inconscientes. No entanto, somente no ensino lacaniano é que o tema do inconsciente e a escrita tomará vulto, notadamente a partir do conceito de letra, em sua abordagem desde três caminhos igualmente importantes: a instância da letra no inconsciente, a letra na fantasia e a redução do sinthoma à letra. Mesmo assim, importa assinalar que tanto Freud, quanto Lacan já em seus pontos de partida prenunciavam um osso duro da clínica: essa dificuldade que diz respeito às relações entre os traços — as condições em que se constituem as cadeias associativas — e o que se fixa no corpo, que mais tarde os autores trabalharão, seja do lado da pulsão de morte, seja do lado do real. No entanto, nessas proposições iniciais já encontramos em germe as relações entre inconsciente e escrita. Relações, essas, complexas, que percorrem uma gama de questões amplas na psicanálise, dizendo respeito aos diferentes registros que as sustentam. Diremos, de forma aproximativa, que são os caminhos que nos levam da marca à trama, constituinte de diferentes enredos e novelas que alimentam nossas ficções. Por meio dessas, construímos telas e bordas, transpondo e fazendo passar o vazio e o furo de um real que não cessa de não se escrever.