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Normalmente, os advogados escrevem empolados. É um tal de "mister" pra cá, "data vênia" pra lá. Em um tribunal, até pode funcionar, mas, na vida real e na literatura, tais vícios profissionais apenas empobrecem o texto.
Nelson Figueiredo foge deste estereótipo do advogado que escreve empolado. Seu texto é fácil, rápido, certeiro. Na poesia, sempre com um lirismo à flor da pele, desde sua estreia em 1980 com Sonhos & Esporas.
Mas antes do poeta de seus três livros, Nelson é advogado autor de uma obra reveladora: O Estado Infrator, onde mostra na mesma linguagem clara e concisa que o maior vilão jurídico do país é o Estado brasileiro.
Seja com poemas de amor ou sociais, ou exercendo a veia jurídica, Nelson Figueiredo é sempre um camisa 10.
Iúri Rincon Godinho
da Academia Goiana de Letras