Sinopse
Tudo o que Euclides queria era conhecer o Olimpo e se tornar íntimo dos deuses da Grécia Antiga. Até aí, nada diferente, um tema simples, corriqueiro e didático, passível de ser intuído devido ao título de aparência previsível. No entanto, não é bem assim, o romance Euclides e o Olimpo, de Onofre Martins, constituiu-se de uma obra incomum e provocadora, pois consegue misturar o prazer das ações contemporâneas de romance policial conjugado ao viés histórico-mitológico que constitui o tecido discursivo servido de base estrutural. A decisão de fornecer ao texto um narrador que, embora se apresente em terceira pessoa, revela um caráter muitíssimo intruso, demonstra o manejo da linguagem de quem conhece bem os meandros da estética policial. Um estilo que resvala naqueles romances investigativos, semelhantes aos escritos por George Simenon (1903-1989), cujas peculiaridades denotam uma literatura policial maturada e consciente acerca do gênero.