A Morrer: James Petterson

  • Autor: Editora MV
  • Editora: Bibliomundi
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Sinopse

É UMA NOITE EXTRAORDINARIAMENTE QUENTE EM JULHO, mas tremo semparar na grande varanda de pedra do meu apartamento. Vejo a gloriosa San Francisco e estoucom a minha arma oficial encostada na têmpora.- Maldito seja, Deus! - exclamo baixinho.Sentimento grandioso, mas apropriado e justo, eu acho. Ouço a Doce Marthachoramingando. Viro para trás e vejo que ela me observa através das portas de vidro que dãopara a varanda. Ela sabe que alguma coisa está errada.- Tudo bem - digo a ela atrás da porta. - Eu estou bem. Vá deitar, menina.Mas Martha não se mexe nem deixa de olhar para mim. É uma amiga boa e leal quetem me dado boa-noite com o focinho todas as noites nesses últimos seis anos.Olhando para os olhos da collie, penso que talvez devesse entrar e ligar para as meninas.Claire, Cindy e Jill estariam aqui quase antes de eu desligar o telefone. Elas me abraçariam ediriam todas as coisas certas. Você é especial, Lindsay. Todo mundo gosta de você, Lindsay. Sóque eu tinha certeza de que amanhã à noite eu estaria lá de novo, ou na noite seguinte.Simplesmente não vejo saída dessa situação. Já pensei em tudo mil vezes. Sei ser muito lógica,mas também sou muito emotiva, é óbvio.Essa era a minha força como inspetora na polícia de San Francisco. E uma combinaçãorara e acho que graças a ela tive mais sucesso do que todos os machos da Homicídios. Claro quenenhum deles está aqui em cima, preparando-se para estourar os miolos com suas própriasarmas. Passo de leve o cano do revólver no meu rosto e depois subo para a têmpora de novo.Meu Deus, meu Deus, meu Deus! Lembro de mãos macias, de Chris, e isso me fazchorar. Muitas imagens aparecem, rápido demais, e não dou conta.Os horríveis e indeléveis assassinatos de lua-de-mel que aterrorizaram a nossa cidade,misturados com closes da minha mãe e até algumas visões do meu pai. Minhas melhores amigas- Claire, Cindy e Jill - e o nosso clube louco. Posso até me ver, pelo menos do jeito que eu era.Ninguém jamais, nunca, achou que eu parecia uma inspetora, a única inspetora de homicídiosem toda a força policial de San Francisco. Minhas amigas sempre diziam que eu era como aHelen Hunt, casada com Paul Reiser, em Mad About You. Fui casada uma vez. Não eranenhuma Helen Hunt. E ele certamente não era nenhum Paul Reiser.Isso é muito difícil, muito ruim, muito errado.