Sinopse
O mais próprio de nosso presente é a indistinção, o apagamento das diferenças que tornam possível discernir com clareza entre a lei e a vida, a norma e a exceção, o verdadeiro e o falso, a legalidade e o arbítrio, a abjeção e a virtude, o liberal e o totalitário, a democracia e o absolutismo. Este livro acompanha o programa filosófico de Giorgio Agamben, seu percurso pelos labirintos da hominização, do devir político do animal falante, na tentativa de compreender quem somos nós e de empreender uma renovação dos quadros categoriais da ética, da filosofia do direito e da política. A vergonha desempenha aqui um papel nuclear: é o sentimento que traz à tona o que há de mais íntimo e profundo em nós, e isso no mesmo gesto pelo qual — como ocorreu com a célebre folha de figueira — nos obstinamos em reprimir e velar a nudez das origens.