Sinopse
Era uma manhã de sol brilhante e as nuvens cobriam como uma tampa o céu que deveria ser, como sempre, bem azul. Ar quente e abafado, igual ao de uma floresta tropical.
Antônio acabara se se vestir, após barbear-se e tomar um longo banho de chuveiro. Dobrou as folhas de papel em que escrevera por horas a fio, na noite anterior, usando uma enorme lupa devido à sua dificuldade de enxergar e pensando em Marilú. As letras saíram tortas e desproporcionais, as linhas pareciam percorrer ladeiras, subindo e descendo pelas páginas.
“Ela não vai ligar para isso, e sim para o que sinto e está escrito nessas folhas”, pensou ele.
Enfiou tudo no bolso da camisa e foi para a sala esperar por seu filho, que o levaria para o enterro de sua companheira.