História FM

Nas estepes da Ásia Central, do coração das tribos nômades que lá viviam, surgiu o maior império de território contínuo da história da humanidade. Durante alguns séculos, o Império Mongol influenciou diretamente um território gigantesco, suas culturas, religiosidades, economia e tantos outros aspectos, e muitas foram as cidades que, se opondo ao avanço mongol, foram devastadas - algumas das quais desapareceram para sempre. No episódio de hoje convidamos o Prof. Otávio Luiz (UFPR) para nos contar os detalhes da ascensão e queda do Império Mongol.

No dia 20 de setembro é comemorado no Rio Grande do Sul o "Dia do Gaúcho", feriado diretamente relacionado a entrada dos Farroupilhas em Porto Alegre que deu inicio à assim chamada "Revolução Farroupilha". Essa guerra foi tema de muitos estudos e, todos os anos, volta à toda neste feriado através de discussões sobre seu legado cultural no Rio Grande do Sul, mas também por conta de certos apagamentos e esquecimentos. Convidamos o Prof. José Iran Ribeiro para discutir esses e outros assuntos, além de contar a história da Guerra dos Farrapos.

Tendo suas raízes no século XIX, o Marxismo se consagrou como um dos campos intelectuais mais sólidos e multidisciplinares das ciências humanas. No entanto, é normal que com tantos anos de tradição, tantas vertentes e autores diferentes, haja confusão em torno de algumas definições, conceitos e abordagens. Mais do que isso: há certo preconceito dentro das humanidades com a perspectiva marxista, o que efetivamente se converte em dificuldades para seus adeptos dentro de alguns círculos acadêmicos, a despeito de discursos delirantes que atribuem às ciências humanas na academia brasileira uma aura de predominância marxista totalizante. No episódio de hoje convidamos a Prof. Dr. Virgínia Fontes (UFF) e o Prof. Dr. Demian Melo (UFF) para explicar com mais detalhes os meandros do Marxismo, bem como algumas das dificuldades que a área encontra em alguns contextos acadêmicos.

Fugindo da fúria de Napoleão Bonaparte, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, sua maior possessão colonial em território. O desenrolar dos eventos culminaria em diversas mudanças dos dois lados do Atlântico que, 14 anos depois, levaria o Brasil a se tornar um país independente. No episódio de hoje convidamos o Prof. Jurandir Malerba para conversar sobre as mudanças que a chegada da Família Real trouxe ao Brasil e como o cenário para a independência do país se construíram.

Em 1517, Martinho Lutero, professor de teologia em Wittenberg, disponibilizava publicamente "As 95 Teses ou Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências", levantando diversas questões sobre o estado da Igreja Católica da época. O ato foi o pontapé inicial do que ficou conhecido como "Reforma Protestante", e outras reformas se seguiram com o surgimento de outras igrejas e correntes buscando independência dentro do Cristianismo. No episódio de hoje conversamos com o Prof. João Klug (UFSC) para falar sobre estas reformas que mudaram os rumos do Cristianismo.

Em 7 de dezembro de 1941, no fuso horário dos Estados Unidos, o Japão atacou a base de Pearl Harbor, no Pacífico, arrastando os Estados Unidos para a guerra. No entanto, todo o contexto que levou ao ataque se inicia anos antes com a expansão dos japoneses pela Ásia, e o ataque opôs dois impérios cujos interesses no Pacífico eram grandes demais para que um tolerasse qualquer ameaça a sua hegemonia vinda do outro. No episódio de hoje convidamos Júlio César Guedes do canal Sala de Guerra para conversar sobre as principais batalhas e eventos da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, culminando na rendição japonesa.

Nascida em uma família abastada na Alemanha, Olga Benário teve uma trajetória bastante peculiar, indo da militância ainda muito jovem à treinamento militar soviético, sendo posteriormente enviada ao Brasil para fazer a segurança de Luís Carlos Prestes, um famoso militante comunista brasileiro que, graças à Coluna Prestes, havia ganhado bastante notoriedade para com seus pares. A aliança resultou em relacionamento e em uma filha, culminando depois em sua extradição para a Alemanha pelo governo Vargas e sua execução em uma câmara de gás sob o regime nazista. No episódio de hoje convidamos Anita Leocádia Prestes, historiadora e filha de Olga Benário com Luís Carlos Prestes, para falar sobre a trajetória de sua mãe.

Quando se fala em reinos ou impérios africanos do passado, um dos mais lembrados é o Império do Mali. Tendo tido alguns séculos de hegemonia, o Mali fascinava milhares desde a Idade Média, com todas as histórias de imensas riquezas e líderes poderosos. No entanto, pouco se fala sobre sua história em comparação com outros impérios, e muito do que se fala é permeado por formas “ocidentais” de se ler e selecionar, na história, o que é ou não digno de nota. Convidamos o Prof. Otávio Luiz (UFPR) para falar sobre isso e diversos outros assuntos que permeiam a história do Império do Mali, de sua ascensão até sua queda.

Diante das necessidades que a Segunda Guerra Mundial trouxe, a aviação brasileira de caráter militar precisou evoluir, e isto levou a criação do Ministério da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira. Além de defender a costa brasileira dos submarinos alemães, a FAB foi enviada para o teatro italiano, contribuindo no esforço de guerra em missões de ataque ao solo. No episódio de hoje convidamos Andréia Lüder e Heitor Henrique, ambos da Universidade Federal do Paraná, para explicar sobre a criação e atuação da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Quando se estuda História, é normal que haja um certo choque quando se descobre que, nessa área, o tempo é pensado de maneiras diferentes, que vão além do tempo cronológico do relógio e do calendário. Além dos diferentes marcos temporais como “Idade Média” ou “Idade Contemporânea”, ainda usados - mas muito contestados -, há também divisões de eras, como “Era vitoriana”, ou “Dinastia Ming”. E para além dessas divisões, há também as formas como historiadores pensam o tempo. Conceitos como curta, média e longa duração, regimes de historicidade, passadismo, presentismo, kairós, horizonte de expectativas, anacronismo, sincronia, diacronia, entre outros, estão presentes nos debates teóricos sobre o assunto no campo da teoria. Convidamos o Prof. Júlio Bentivoglio (UFES) para tentar nos explicar um pouco esse assunto e desemaranhar a complexidade dos debates sobre o tempo na Historiografia.

A “Grande Guerra”, como ficou conhecida na época, e “Primeira Guerra Mundial”, como a chamamos hoje, foi um conflito que durou entre 1914 a 1918, devastando a Europa Central e causando mortes e sofrimento em outros lugares para além do velho continente. Mais ainda: foi graças a ela que o mapa da Europa se redesenhou, o futuro do Oriente Médio foi traçado, revolucionários atingiram seus objetivos, surgiu a ameaça do nazifascismo e se estabeleceram as bases de outra guerra, ainda mais sangrenta, que viria duas décadas depois. No aniversário de 107 anos do assassinato de Francisco Ferdinando, convidamos os professores Carlos Daróz e Delmo Arguelhes para falar sobre o assunto e explicar os meandros da “guerra pra acabar com todas as guerras”.

Grécia Antiga é um dos temas mais clássicos de História Antiga, e mesmo da História como disciplina geral. E sendo um tema considerado tão relevante, foi bastante estudado durante os últimos dois séculos, sendo ainda hoje visto e revisto por historiadores - e não apenas na Europa. E trabalhos mais recentes sobre o tema buscam quebrar alguns paradigmas nos estudos helenísticos, criticando a perspectiva exageradamente eurocêntrica sobre o tema e pontuando com os gregos eram extremamente conectados com outros povos, e não apenas do Mediterrâneo. Convidamos o Prof. Fabio Morales (UFSC) para falar sobre uma história geral da Grécia Antiga e responder: o que é preciso para se tornar um especialista nesse assunto?

Ideologias políticas são comumente mal compreendidas e mal interpretadas. Agrava a dificuldade de entendimento o fato de que todas as ideologias ganham vertentes diferentes e possuem expoentes que divergem entre si sobre suas ideologias, e uma delas é o Anarquismo. Afinal de contas, o que é Anarquismo? Quais são suas vertentes? E quais respostas os anarquistas dão às principais críticas que a ideologia recebe? Convidamos o Prof. Felipe Corrêa para falar sobre isso e muito mais.

Assim que a Segunda Guerra Mundial acabou, milhares de indivíduos que participaram de crimes de guerra ou foram associados a crimes por quaisquer motivos viram a si mesmos em um ambiente de revanche. Muitos dos mais cruéis criminosos de guerra nazistas buscaram se esconder de todas as formas, e vários deles fugiram para a América Latina, como Klaus Barbie, Adolf Eichmann, Joseph Mengele, entre outros. No episódio de hoje convidamos o Prof. Dr. Bruno Leal (UnB e portal Café História) para falar sobre os fugitivos mais famosos que foram pra América do Sul, especialmente para o Brasil, sejam eles criminosos confirmados ou alegados criminosos nazistas.

Napoleão Bonaparte foi uma das figuras mais emblemáticas, estudadas e influentes da era contemporânea, e em grande medida, sua influência se deu a partir da força. Seu Grande Armée se mostrou uma força avassaladora na Europa, e fez com que Napoleão se tornasse uma pedra no sapato de diversas nações. Durante aproximadamente dez anos, Napoleão se envolveu em sucessivas guerras contra países vizinhos, distantes, ex-aliados, adversários históricos e todos o que se colocavam contra seus interesses, e estas guerras ficaram conhecidas como "Guerras Napoleônicas". No episódio de hoje convidamos Filipe Figueiredo, do podcast Xadrez Verbal e do canal Nerdologia no YouTube, para falar sobre a ascensão e queda de Napoleão Bonaparte, além de sua influência na história.

Há quem considere a Revolução Francesa o evento mais importante de uma dita "História Ocidental", enquanto outros entendem essa opinião como um exagero eurocêntrico. Independente da opinião de historiadores mundo afora, é fato de que este evento histórico ajudou a mudar o mundo de maneira inquestionável, com seus impactos variando dependendo do lugar ou do momento histórico, além de ter desembocado em um período de violência que até hoje desperta debates acalorados nas ciências humanas. Mas exatamente o que aconteceu na França durante estes anos de revolução? Convidamos o Prof. Luís Edmundo Moraes para falar sobre isso e sobre o legado desse evento histórico para o mundo a longo prazo.

Em 1936 as tensões, contradições e disputas de interesses impulsionadas pela existência da Segunda República culminaram em uma tentativa de golpe por parte do Exército Espanhol. O golpe não foi bem sucedido, mas abriu as portas para o conflito que ficou conhecido como Guerra Civil Espanhola, um dos embates mais politicamente complexos do século XX. Considerado por muitos uma espécie de campo de treinamento para a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Civil Espanhola juntou não apenas grupos antagônicos contra inimigos em comum, como atraiu também a atenção do mundo todo, levando à formação das Brigadas Internacionais, formada por indivíduos que viram nessa guerra a possibilidade de concretização de suas formas ideais de sociedade, mas contou também com o apoio do nazifascismo para o projeto franquista de conquista, o que culminou na derrota do lado republicano em 1939. Convidamos o Prof. Josep M. Buades, autor do livro "A guerra civil espanhola" pela Editora Contexto, para falar sobre esse assunto.

Desde que os Europeus chegaram ao continente americano, os povos originários passar a ter sua vida chacoalhada pelo contato com os invasores que, tanto através da violência física quanto cultural, fizeram o possível para tirar proveito destes povos e tomar o que lhes pertencia. Se essa fosse uma história de um passado distante, por si só, já seria motivo de lamento e condenação; no entanto, essa história não acabou. Todos os dias novas páginas dela são escritas, e por mais de quinhentos anos os povos indígenas brasileiros vêm pagando com sangue e lágrimas o preço de lutar pelos seus direitos, suas terras e sua liberdade. No episódio de hoje convidamos Ana Letícia de Fiori (UFAC), Laís Munihin (USP), do povo Maxakali e Felipe Milanez (UFBA), co-autor do livro Guerras da Conquista para contar-nos mais detalhes sobre essa história ainda em movimento.

Guatemala, República Dominicana, Argentina, Chile, Brasil... A lista de países da América Latina que passaram por processos de golpe tendo a participação da Agência Central de Inteligência (CIA) é enorme, mas não necessariamente conhecida pelo grande público, uma vez que não apenas muitas dessas histórias não chegam ao público, como também alguns desses golpes são desacreditados por uma parcela da população pró-Estados Unidos que costuma afirmar que a participação do país nos golpes em questão seria algum tipo de "teoria da conspiração de esquerda". No entanto, essa participação vem sendo provada dia após dia conforme documentos são liberados. No episódio de hoje convidamos o Prof. Dr. Waldir Rampinelli (UFSC) para conversar sobre os golpes encampados ou auxiliados pela CIA na América Latina, desde 1954 até anos bem recentes.

Todo mundo que já estudou Teoria da História provavelmente já ouviu falar em Annales. O nome, que se referia originalmente a uma revista acadêmica francesa criada em 1929 pelos historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre, passou a se referir ao que alguns historiadores chamam de "Escola dos Annales", ou "Escola de Pensamento dos Annales", enquanto outros a veem como uma espécie de movimento historiográfico formado por profissionais muito plurais em termos de objetos e abordagens, com pelo menos três gerações clássicas de historiadores e historiadoras. Mas afinal, os Annales foram uma "escola"? Como ela surgiu? Quem foram alguns de seus maiores nomes? Por que ela foi tão estudada e tão influente? Neste episódio, conversamos com o Prof. Jougi Guimarães sobre isso e muito mais.