Ecopolítica - Sérgio Abranches

O placar foi de 367 a 102 na Câmara, nesta quarta-feira. Entre os favoráveis, há votos inclusive de deputados da oposição. 'É um padrão completamente novo, mas não significa que a gente pode tomar isso como medida para outras decisões a respeito da agenda do governo. Quando Lira considera questão de Estado, ele ajuda a formar a maioria. Caso contrário, o governo que se vire', analisa Sérgio Abranches. Ele ainda avalia que a proposta deve ser aprovada com facilidade na Casa.

No Conversa de Política, Sérgio Abranches comenta a superação da posição 'superfiscalista' que reinava pelo mundo antes da pandemia. Segundo ele, o modelo de austeridade fiscal com cortes em setores essenciais gerou dificuldades no combate ao coronavírus. Em seu lugar, Abranches destaca um programa de controle de gastos que permita implementar políticas públicas progressistas. É o caso do arcabouço fiscal.

Sergio Abranches fala sobrea a articulação política do governo no Congresso Nacional que tem sendo criticada dentro do próprio partido. Na parte da articulação, o que está faltando é, de fato, recursos sob controle de Padilha para acertar compromissos feitos para formação da coalizão do governo. ‘A Casa Civil está centralizando demais e entregando de menos’. Isso frusta os parlamentares por conta dos acertos que foram feitos e não estão sendo cumpridos'.

Sérgio Abranches comenta que a quebra de sigilo de Cid fecha o quebra-cabeças de várias investigações em curso, como o assassinato de Marielle Franco e a conspiração de um golpe de Estado. O jornalista explica como o assunto do golpe veio à tona e qual o papel de Mauro Cid e do ex-major nessa grande 'teia de mentiras e de crimes'. Abranches aponta que o lado positivo é que as investigações passaram a ser prioridade da justiça. 'É preciso fazer uma limpeza nesse caso, esclarecer e punir para não ter mais uma aventura golpista', afirma.

Comentarista fala do novo confronto na terra indígena neste fim de semana. Para ele, foi importante a sinalização do governo que haverá a intensificação das operações para combater o garimpo na região. Além disso, ele também cobra a regulamentação da compra e venda de ouro no Brasil. 'É preciso ter uma legislação severa'.

Sérgio Abranches analisa composição da CPMI dos Ataques Golpistas e destaca que o problema nas negociações estará com os representantes da oposição. 'Está claro que querem produzir um espetáculo para gerar conteúdo para as redes sociais', afirma. O jornalista também discute quais os benefícios da Comissão, se for bem conduzida. Além disso, o comentarista avalia o comportamento do presidente do BC, Roberto Campos Neto, diante das falas dos ministros Haddad e Tebet no Senado.

O assunto de Sérgio Abranches é a criação da CPMI nesta semana para investigar os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele faz uma comparação de como foi a investigação das manifestações similares nos Estados Unidos. O comentarista diz que, caso o governo Lula tivesse defendido a criação da comissão desde antes, poderia controlar a agenda de uma forma mais tranquila.

Após a crise envolvendo o agora ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, o Congresso deve instalar uma comissão para investigar os atos golpistas. 'O governo tem a necessidade, interesse e compromisso de fazer sua versão predominar, que é aquela daquele que foi objeto de uma tentativa de golpe. Já o lado do Bolsonaro precisa de uma versão para botar nas redes. Eles não estão interessados, sequer, com o desfecho da CPMI, que é previsível', analisa Sérgio Abranches. Ouça o comentário.

Sérgio Abranches fala sobre as consequências do posicionamento do governo brasileiro e das declarações de Lula em relação a guerra na Ucrânia. Abranches destaca que Lula cometeu erro primário de equiparar Rússia a Ucrânia. Lula não pode confundir o agressor e o agredido e tratá-los da mesma maneira. ‘Declarações de Lula acabaram obscurecendo os resultados positivos da visita à China. O resultado está sendo empanado por essa falta de estratégia no trato com a questão da invasão da Ucrânia pela Rússia’. Abranches cita a coincidência infeliz da visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, ao Brasil justamente nesse momento. Ele destaca que a diplomacia brasileira foi destroçada por Bolsonaro e Lula não está contribuindo para restabelecê-la.

Após apresentação da nova âncora fiscal brasileira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Sérgio Abranches enxerga grande ambição no dispositivo. Ele avalia que os universos político e econômico tiveram reações mistas. 'O clima está razoável', pontua.

Sérgio Abranches diz que o adiamento da viagem de Lula para a China pode permitir a solução de dois impasses que travam o processo de tomada de decisões: o novo plano fiscal e MPs que recriam programas sociais.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, determinou a retomada das comissões mistas na análise das MPs. O rito havia sido suspenso na pandemia, dando grande poder à Câmara de Arthur Lira. Para Sérgio Abranches, um embate sobre esse tema, em um momento no qual tanto medidas provisórias de Lula quanto de Bolsonaro estão para caducar, é ruim. Ele estima que o governo precise se envolver e, talvez, até mesmo o Supremo Tribunal Federal. 'Perde a Câmara, perde o Senado, perde o governo, perde o Brasil', critica Abranches.

O IPCC traz uma análise de qual seria o novo conceito científico e as perspectivas para a mudança climática no mundo. Para Sérgio Abranches, eles foram menos 'radicais' no novo relatório. O comentarista ainda destrincha o que foi apresentado, entre como as mudanças vão impactar as gerações futuras até de que forma os pequenos números de alteração de temperatura não podem ser ignoradas.

Sérgio Abranches comenta sobre as diversas etapas de conversas do ministro Fernando Haddad rumo à tentativa de aprovação do novo arcabouço fiscal. Além de consultar economistas dos ministérios e outros independentes, se aproximou também do presidente do Banco Central. O comentarista também detalha quais serão os próximos passos de Haddad para que, com o sinal verde de Lula, tenha apoio do Congresso. A preocupação é que o projeto não seja desconfigurado e se torne inconsistente com a inserção de emendas.

Sérgio Abranches analisa relação entre crise bancária nos EUA e clima com arcabouço fiscal no Brasil: 'pressiona Congresso a aprovar medidas que a equipe econômica do governo apresenta'.

Sérgio Abranches comenta sobre as apostas e 'interpretações cabulosas' acerca da âncora fiscal. O desafio para Haddad será equilibrar as demandas do presidente Lula e as promessas econômicas feitas, como zerar o déficit. O comentarista também destaca a fala de Simone Tebet sobre um novo arcabouço fiscal que iria 'agradar a todos'. E o caso das joias sauditas continua em pauta na Conversa de Política.

Sergio Abranches fala sobre a investigação envolvendo o caso das ‘joias de Michelle’. Comentarista destaca que ‘toda a vez que a gente examina os atos de Bolsonaro há absoluta ausência de fronteira entre o público e o privado. Ele tratou a Presidência da República como se fosse o sítio dele. Um governo completamente desleixado com relação a resguardar o interesse público’. Abranches destaca que ‘a mochila do auxiliar não era um caminho, é contrabando, é crime’. O conjunto da obra de Bolsonaro tem que ser investigado com rigor e rapidez. ‘Ele não tem condições mínimas de exercer um cargo público’.

Sergio Abranches faz uma análise sobre as mudanças anunciadas pelo governo Lula para o Bolsa Família e destaca que esse foi o maior e melhor programa de combate à pobreza do Brasil. O comentarista ressalta que o programa tem impacto múltiplo na sociedade.

Sérgio Abranches fala sobre visita de John Kerry: 'muito importante porque trás Brasil de volta à politica global do clima'. Ele também comenta decisão de Moraes, que determinou que o STF deve julgar militares por atos em Brasília: 'corretíssimo'. Ouça.

O governo anunciou nesta quinta-feira a antecipação do fechamento do espaço aéreo sobre a terra Yanomami. O prazo inicial, de 6 de maio, foi alterado para 6 de abril. O espaço foi fechado parcialmente em janeiro, quando foi anunciada a crise humanitária dos Yanomami. Apesar do movimento, Sérgio Abranches critica a 'tolerância' com os garimpeiros: 'essa questão das terras indígenas ainda está muito frouxa no governo Lula'.